segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Improviso no cemitério...

Não beijes assim
tão perto do bronze
não afastes os braços
não escondas as mãos
e sobretudo não feches os olhos
enquanto beijas
tão perto do bronze
há altares de pedra
que bebem as marcas dos teus pés
e nenhum vento tem pressa
de voar no teu silêncio
já tiveste a forma de uma cruz
e desceste dela
à distância de um salto
a terra ainda não percebeu
como lhe concedes tanta leveza.

Ademar
11.09.2008


Improvisación en el cementerio...

No beses así
tan cerca del bronce
no apartes los brazos
no escondas las manos
y sobre todo no cierres los ojos
mientras besas
tan cerca del bronce
hay altares de piedra
que beben las marcas de tus pies
y ningún viento tiene prisa
de volar en tu silencio
ya has tenido la forma de una cruz
y has bajado de ella
a la distancia de un salto
la tierra aún no ha entendido
como le concedes tanta levedad.

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