quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Improviso para adormecer o futuro...

Nunca dançaste para mim o flamenco
em Sevilha era cedo
e em Granada já todos dormiam
e porém os teus pés
cobiçavam o palco do meu olhar
em joelhos servido
à luxúria do movimento dos dois braços que apontavas à lua
eras muito mais alta do que dizias
mais alta e mais esguia
mesmo quando dançavas nua e descalça
e os teus cabelos cheiravam a deserto
grutas afeiçoadas nas cordas
de todas as guitarras que me tocavam
por dentro do teu corpo
e ninguém dançava o flamenco como tu
nas tábuas dos espelhos da minha saudade.

Ademar
23.08.2008


Improvisación para dormir al futuro...

Nunca has bailado para mí flamenco
en Sevilla era pronto
y en Granada ya todos dormían
sin embargo tus pies
codiciaban el escenario de mi mirada
de rodillas servida
a la lujuria del movimiento de los dos brazos que apuntabas a la luna
eras mucho más alta de lo que decías
más alta y más esbelta
incluso cuando bailabas desnuda y descalza
y tu pelo olía a desierto
grutas amoldadas a las cuerdas
de todas las guitarras que me tocaban
por dentro de tu cuerpo
y nadie bailaba flamenco como tú
en las tablas de los espejos de mi añoranza.

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