sábado, 5 de novembro de 2011

Improviso estranhável...

Não posso escrever poemas perfeitos todas as noites
falta-me
eu ia escrever nas mãos
magia para tanto
e quem a quisesse
aprendi apenas meia dúzia de truques
veio tudo numa caixa e nem fui eu que a abri
a infância passa depressa
e os adultos não brincam
morrem mesmo assim
desfolho-te e leio-te devagar
tenho os olhos cheios de tantas luzes
cobardes
soletro o teu corpo
arrisco frases
e tropeço sempre em mim
antes do ponto final
assim.

Ademar
20.09.2008


Improvisación reprensible...

No puedo escribir poemas perfectos todas las noches
me falta
iba yo a escribir en las manos
magia para tanto
y quien la quisiera
he aprendido simplemente media docena de trucos
vino todo en una caja y ni siquiera la abrí yo
la infancia pasa deprisa
y los adultos no juegan
mueren exactamente así
te deshojo y te leo despacio
tengo los ojos llenos de tantas luces
cobardes
deletreo tu cuerpo
arriesgo frases
y tropiezo siempre en mí
antes del punto final
así.

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