segunda-feira, 18 de abril de 2011

Improviso para lembrar uma aldeia submersa...

Há nocturnos
em que as teclas se misturam com as tuas mãos
nunca sei quando tocas
ou alguém toca por nós
já não te faço perguntas
a que sei que não responderias
tenho apenas olhos para a partitura
de todos os teus silêncios
todos os dias espero
uma espécie de milagre
a chave na porta
o segredo nas palavras
algo parecido com a esperança
ou com o amor
sim essa quase irrelevância
que jamais pronunciaste
sabes bem que não mereço menos do que isso
que nenhuma luz é tão injusta
como o sol de setembro que nos trai
depois da tempestade e da bonança
o regresso ao domingo de todos os inícios
o comboio esquecido no cais da descoberta
e apenas um pouco mais de confiança
na certeza do outro
digo
a tua própria respiração.

Ademar
16.11.2007


Improvisación para recordar una aldea sumergida...

Hay nocturnos
en los que las teclas se mezclan con tus manos
nunca sé cuándo tocas
o alguien toca por nosotros
ya no te hago preguntas
a las que sé que no responderías
tengo solo ojos para la partitura
de todos tus silencios
todos los días espero
una especie de milagro
la llave en la puerta
el secreto en las palabras
algo parecido a la esperanza
o al amor
sí esa cuasi-irrelevancia
que jamás has pronunciado
sabes bien que no me merezco menos que eso
que ninguna luz es tan injusta
como el sol de septiembre que nos traiciona
despues de la tempestad y de la bonanza
el regreso al domingo de todos los inicios
el tren olvidado en el andén del descubrimiento
y solo un poco más de confianza
en la certeza del otro
digo
tu propia respiración.

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