segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Improviso para ouvir a noite...

Sangro as mãos na tua ausência
um sopro de vento interior impele-me
a uma saudade quase póstuma
o pensamento circula por dentro de mim
e eu sangro aquém das mãos
há vozes góticas que me conduzem ao cais
aonde não chegas
um silêncio talvez de luzes
uma viola da gambá um saltério
tenho cordas a mais para tão poucas notas
sufoco de palavras que não lês.

Ademar
20.02.2007


Improvisación para oír a la noche...

Me sangro las manos en tu ausencia
un soplo de viento interior me impele
a una nostalgia casi póstuma
el pensamiento circula por dentro de mí
y yo sangro a este lado de las manos
hay voces góticas que me conducen al muelle
adonde no llegas
un silencio tal vez de luces
una viola da gamba un salterio
tengo cuerdas de más para tan pocas notas
me asfixio de palabras que no lees.

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