quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Improviso para chamar o arco-íris...

Os teus muros desenham
o território que nos pertence
há uma imaterialidade nos teus gestos
que conduz o meu desejo à levitação
espero um raio
espero a chuva
espero o arco-íris
e caminho na direcção do pântano
que me ofereces
esse pântano adiado
mil vezes escrito e reescrito
em viagens de palavras silenciadas
o tempo faz uma pausa
para que a primavera não carregue cinzas
de fogos ausentes
prometes berços
prometes pétalas
calendários de folhas por usar
era uma vez uma menina
que aprendeu a andar.

Ademar
07.02.2007


Improvisación para llamar al arcoíris...

Tus muros dibujan
el territorio que nos corresponde
hay una inmaterialidad en tus gestos
que conduce mi deseo a la levitación
espero un rayo
espero la lluvia
espero el arcoíris
y camino en dirección al pantano
que me ofreces
ese pantano aplazado
mil veces escrito y reescrito
en viajes de palabras silenciadas
el tiempo hace una pausa
para que la primavera no cargue cenizas
de fuegos ausentes
prometes cunas
prometes pétalos
calendarios de hojas por usar
era una vez una niña
que aprendió a andar.

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