sexta-feira, 16 de julho de 2010

30.01.2005

Antologia poética (14)...

Improviso sobre a ruptura...

Sou um novelo de palavras
não sei onde me termino
evito os pontos finais
porque o futuro pode sempre começar
numa recusa
entre frases que não cheguei a ligar
um gesto suspenso sobre o pântano
uma rosa que não completou o feitiço
um livro que não saiu do cais
dos segredos impartilháveis
sou um novelo de palavras
e vivo enredado em mim
à espera talvez de um milagre
a derradeira metamorfose
o regresso à fonte de todos os inícios.

Ademar
30.01.2005


Antología poética (14)...

Improvisación sobre la ruptura...

Soy un ovillo de palabras
no sé dónde me termino
evito los puntos finales
porque al final el futuro puede empezar
en un rechazo
entre frases que no he llegado a unir
un gesto suspendido sobre el pantano
una rosa que no ha consumado el hechizo
un libro que no ha salido del muelle
de los secretos incompartibles
soy un ovillo de palabras
y vivo enredado en mí
a la espera tal vez de un milagro
la postrera metamorfosis
el regreso a la fuente de todos los inicios.

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