terça-feira, 27 de julho de 2010

15.02.2006

Antologia poética (239)...

Improviso com dedicatória sobre uma fotografia...









Ainda há lugares nocturnos
que só a lua engana à escuridão
e onde a chuva não desce sobre os olhos
em cascatas de luz
que só as crianças reconhecem
ainda há vales
que nos conduzem ao silêncio transversal
das vidas que talvez jamais viveremos
vejo-te agora debruçada sobre as águas
da aldeia desaparecida
algures entre o gerês e a amarela
e vou interrogando os múltiplos sentidos da saudade
na impossível tradução das palavras
que nenhum dicionário nos ensinará a usar.

Ademar
15.02.2006


Antología poética (239)...

Improvisación con dedicatoria sobre una fotografía...

Aún hay lugares nocturnos
en que sólo la luna engaña a la oscuridad
y donde la lluvia no desciende sobre los ojos
en cascadas de luz
que sólo los niños reconocen
Aún hay valles
que nos conducen al silencio transversal
de las vidas que tal vez jamás viviremos
te veo ahora asomada a las aguas
de la aldea desaparecida
en algún lugar entre el gerês y la amarela
y voy interrogando a los múltiples sentidos de la saudade
en la imposible traducción de las palabras
que ningún dicionario nos enseñará a usar.

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