domingo, 8 de agosto de 2010

30.06.2006

Antologia poética (373)...

Improviso para náufragos...

Se os teus olhos adivinhassem os meus olhos
quando me lês
se o teu desejo fosse mais do que uma ínfima parte do meu desejo
se as nossas mãos se cruzassem
e eu pudesse ainda tocar-te
se não voltasses a dizer-me
que já morreste
ou que nunca chegaste a nascer
se o medo não fosse a única palavra do teu breviário
e finalmente sorrisses para dentro
os nossos dias não teriam o cheiro ácido deste silêncio
que nos naufraga.

Ademar
30.06.2006

Antología poética (373)...

Improvisación para náufragos...

Si tus ojos adivinasen mis ojos
cuando me lees
si tu deseo fuese más que una ínfima parte de mi deseo
si nuestras manos se cruzasen
y yo pudiera todavía tocarte
si no volvieras a decirme
que ya te has muerto
o que nunca has llegado a nacer
si el miedo no fuera la única palabra de tu breviario
y por fin sonrieses hacia adentro
nuestros días no tendrían el olor ácido de este silencio
que nos naufraga.

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