terça-feira, 17 de agosto de 2010

07.06.2006

Antologia poética (391)...

Improviso para Neptuno...

O meu pensamento é uma casa
que ainda não inventei
salas voláteis
quartos vazios de tudo e de nada
despensas armários
muitas estantes de livros ausentes
portas que nunca fecham
janelas que nunca abrem
camas em que ainda ninguém morreu
não tenho ideias
para fingir de arquitecto
o telefone fixo deixou de tocar
a campainha
agora
arranha apenas o silêncio
há mais refúgio nesta clausura
do que na saudade do próprio exílio.

Ademar
07.06.2006


Antología poética (391)...

Improvisación para Neptuno...

Mi pensamiento es una casa
que aún no he inventado
salas volátiles
habitaciones vacías de todo y de nada
despensas armarios
muchas estanterías de libros ausentes
puertas que nunca se cierran
ventanas que nunca se abrem
camas en las que aún nadie ha muerto
no tengo ideas
para fingirme arquitecto
el teléfono fijo ha dejado de tocar
el timbre
ahora
sólo araña el silencio
hay más refugio en esta clausura
que en la nostalgia del propio exilio.

Sem comentários: