quarta-feira, 25 de agosto de 2010

25.07.2006

Antologia poética (405)...

Improviso para entardecer...

É sempre tarde para alguma coisa
para te lembrar o horário
do comboio ou do avião que perdeste
para dizer-te que Rameau
teria escrito aquele bailado para ti
ou que nascemos nos antípodas do tempo
ou das divindades
é sempre tarde
para anunciar que te espero
por mais cedo que possa parecer-te
os ponteiros dos nossos relógios
não acertam o sentido nem o movimento
da chamada
somos asteróides vagabundos
num cosmos que nenhuma lei habita
verbos que desconhecem as pessoas
em que devíamos ser conjugados
é sempre tarde para alguma coisa
para te dizer simplesmente
que tardamos.

Ademar
25.07.2006


Antología poética (405)...

Improvisación para atardecer...

Es siempre tarde para algo
para recordarte el horario
del tren o del avión que has perdido
para decirte que Rameau
habría escrito aquella danza para ti
o que nacimos en las antípodas del tiempo
o de las divinidades
es siempre tarde
para anunciar que te espero
por muy pronto que pueda parecerte
las agujas de nuestros relojes
no se ajustan al sentido ni al movimiento
del toque
somos asteroides vagabundos
en un cosmos que ninguna ley habita
verbos que desconocen las personas
en que deberíamos ser conjugados
es siempre tarde para algo
para decirte simplemente
que tardamos.

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