O pensamento não tem mãos
as mãos com que escondes sempre
os olhos que talvez preferisses cegar
na superfície do espelho
só o corpo guarda as marcas
dos dentes que falam
tatuagens de poemas que duram mais
do que as palavras impressas
movimentas-te sempre devagar
pela casa que não dormes
há destinos de tão perfeitos
que não cantam
ou vozes que nem precisam de cantar
para se fazerem ouvir no silêncio.
Ademar
31.03.2008
Improvisación para partitura de sorpresas...
El pensamiento no tiene manos
las manos con las que escondes siempre
los ojos que tal vez preferirías cegar
en la superficie del espejo
solo el cuerpo guarda las marcas
de los dientes que hablan
tatuajes de poemas que duran más
que las palabras impresas
te mueves siempre despacio
por la casa que no duermes
hay destinos de tan perfectos
que no cantan
o voces que ni necesitan cantar
para hacerse oír en el silencio.
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