quinta-feira, 2 de setembro de 2010

21.11.2006

Improviso para simular um sonho...

Desci do cabelo e eras tu
tão a preto e branco como noutras telas
e distante
quase cadáver quase boneca
os lábios entreabertos
as órbitas vazias
e o corpo perfeito
inanimadamente perfeito
abre agora um pouco mais as pernas
deixa-me espreitar para além de ti.

Ademar
21.11.2006


Improvisación para simular un sueño...

Bajé del pelo y eras tú
tan en blanco y negro como en otros lienzos
y distante
casi cadáver casi muñeca
los labios entreabiertos
las órbitas vacías
y el cuerpo perfecto
inanimadamente perfecto
abre ahora un poco más las piernas
déjame mirar más allá de ti.

2 comentários:

Alexandre de Castro disse...

Lembro-me perfeitamente deste poema do Ademar. Já não sei se o comentei, pois considerei-o belíssimo.

Sun Iou Miou disse...

O Alexandre tem uma memória extraordinária... não sei é se só para a beleza (e como era bom que assim fosse!).